PF instaurou quatro inquéritos para identificar os responsáveis pelos incêndios na Chapada dos Veadeiros, na Floresta Nacional e no Parque Nacional de Brasília
A Polícia Federal (PF), em conjunto com órgãos de fiscalização ambiental, já instaurou, até o momento, 101 inquéritos para apurar os incêndios florestais criminosos no Brasil. Além de causarem danos ao meio ambiente e comprometem áreas públicas de grande valor ecológico, tais crimes são um dos principais fatores de desmatamentos ilegais.
Segundo o governo, "as investigações estão sendo conduzidas com cautela e baseadas em evidências sólidas, incluindo o uso de imagens de satélite para monitorar os focos de incêndio e determinar suas causas".
Os próximos passos das operações incluem o envio de peritos especializados aos locais afetados e o uso de tecnologia avançada para identificar os pontos de origem dos incêndios. "A PF está empenhada em identificar não apenas os autores materiais, mas também os possíveis mandantes, buscando correlacionar esses crimes ambientais a outros delitos conexos, para que todos os envolvidos respondam por todos crimes praticados, garantindo assim a devida responsabilização", afirma nota emitida pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República. A nota também informa que um dos objetivos do governo é zerar o desmatamento ilegal no País nos próximos meses.
Fruto de parceria entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública, foram destinados R$ 318,5 milhões do Fundo Amazônia, gerido pelo banco, para combater o desmatamento ilegal, garimpo clandestino e o crime organizado na Amazônia Legal.
Confira algumas das principais ações de combate aos incêndios criminosos:
AMAZONAS — Nos municípios de Boca do Acre e Lábrea, região sul do estado do Amazonas, policiais federais identificaram 250 hectares de mata nativa derrubada e queimada, evidenciando o ciclo criminoso que associa o desmatamento ilegal ao uso de fogo para degradação do bioma. O local também abrigava uma série de materiais utilizados no desmatamento, como motosserras, galões de combustível e óleo de motor, além de armas de fogo, o que confirma a estrutura montada para a prática delituosa. Um indivíduo foi preso em flagrante e, juntamente com os equipamentos apreendidos, foi conduzido à Base Integrada Araçari, situada em Boca do Acre (AM), onde atuam de forma coordenada a Polícia Federal, a Força Nacional e o ICMBio.
ACRE — No Acre, a PF deflagrou operação para combater os crimes de desmatamento, impedimento de regeneração e provocação de incêndio em uma área de aproximadamente 950 hectares, situada em área pública federal. Além do cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, foram realizadas prisões de dois indivíduos e apreendidas 1.100 cabeças de gado, um veículo automotor, duas armas de fogo, entre outros itens relevantes para a investigação. Além dos policiais federais que foram mobilizados para a ação, a operação contou com o apoio de equipes da Força Nacional e da Polícia Civil de Boca do Acre (AM).
CHAPADA DOS VEADEIROS — No mês de setembro, a PF instaurou quatro inquéritos para identificar os responsáveis pelos incêndios que assolaram o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no estado de Goiás, e na Floresta Nacional e no Parque Nacional de Brasília (DF). O órgão cumpriu, no dia 30 de setembro, mandado de busca e apreensão contra um dos suspeitos de incendiar a Área de Proteção Ambiental do Planalto Central no dia 25.
TERRAS INDÍGENAS — A PF prendeu em flagrante um invasor enquanto realizava ação ostensiva na Terra Indígena Igarapé Lage, situada em Nova Mamoré (RO) e em Guajará-Mirim (RO). O órgão realizou diligências na Terra Indígena Apyterewa, no Pará, com o intuito de identificar os autores das queimadas criminosas na região e outros crimes relacionados. No município de Governador Jorge Teixeira, em Rondônia, policiais federais, com apoio do Ibama e da Funai, deflagraram ação de combate a incêndios na área protegida da Terra Indígena Uru Eu Wau Wau. Na área, a equipe se deparou com grande devastação, além de um elevado volume de gases tóxicos produzidos pelas queimadas, ainda ativas em alguns locais.
RORAIMA — Durante operação de fiscalização ambiental, motivada por monitoramento de imagens de satélites que indicaram focos de queimadas ilegais na área rural de Caracaraí, em Roraima, a PF prendeu em flagrante um responsável pelo incêndio. Além disso, foi descoberta uma estrutura organizada para a realização de queimadas, com ferramentas, maquinários e combustível, evidenciando uma ação planejada contra o meio ambiente. O homem foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal e foi responsabilizado pelos crimes ambientais e posse ilegal de arma de fogo.
PARÁ — Na última terça-feira, 1º de outubro, três suspeitos envolvidos em invasão de terras públicas e incêndios criminosos em terras da União foram presos em flagrante na região oeste do Pará.
Quando se tem um governo federal sério e uma PF que age, criminosos são punidos. Quem ganha é a população.