Empreender na área vegana não é só sobre a vontade de empreender, mas sobre a vontade de juntar algo em que se acredita e a sua profissão e, criativamente, passar isso para o público e, também para equipe que trabalha com você. Só assim essa ideia e a empresa vão ganhar vida.
De acordo com a definição dada pela “The Vegan Society”, “veganismo é uma filosofia e estilo de vida que busca excluir, na medida do possível, todas as formas de exploração e crueldade contra animais na alimentação, vestuário e qualquer outra finalidade e, por extensão, busca promover o desenvolvimento e o uso de alternativas livres de origem animal para benefício de humanos, animais e meio ambiente.” Podemos observar essa definição não é radical nem impõe regras restritas, mas se encaixa na realidade de cada indivíduo. Um vegano, por exemplo, pode só consumir de empresas 100% veganas ou consumir produtos veganos de empresas veganas e não veganas, e ambos se encaixam na definição de maneira distinta e de acordo com a ética pessoal e crenças de cada indivíduo.
O mercado vegano cresce no mundo inteiro, pois sua relação com o desenvolvimento do mundo de uma maneira mais sustentável e ética para o meio ambiente vem chamando a atenção de muitas pessoas e organismos de proteção do meio ambiente. Mas esse período de crescimento é uma oportunidade para empreendedores ao mesmo tempo que se mostra extremamente desafiador.
O veganismo é um mercado não consolidado e, consequentemente, instável para quem está entrando nele agora. É muito importante que quem cria um empreendimento tenha uma conexão com o produto, ideia ou proposta que a empresa carrega, pois só assim é possível juntar um propósito e criar uma conexão com o público e com os funcionários. O público precisa ser ouvido e considerado, mas a ética e ideias principais da empresa precisam ser bem estruturadas e estar conectadas com as do empreendedor, para que em tempos de crise, ela possa se posicionar com humanidade, criando uma “alma” para esse negócio.
Na minha empresa somos e sempre seremos uma instituição vegana, pois esse é nosso valor central, mas procuramos sempre atrair um novo público que mesmo não adepto ao veganismo esteja aberto a experimentar. Atraindo clientes não veganos, buscamos trazer maior visibilidade a essa filosofia, e consequentemente o crescimento desse nichodo mercado.
Já dentro da empresa, procuramos pessoas que se conectem, seja pela parte gastronômica, por um conceito da comunicação ou pela causa vegana em si, pois os funcionários e freelancers fazem parte e devem ter voz ativa na empresa, dentro de sua área de atuação.Apesar de nossa empresa ainda ser pequena e de produção artesanal, todos que ajudam no processo acreditam e podem sempre opinar, pois é com a junção de várias perspectivas e com muito comprometimento que se desenvolve a alma de uma empresa.
Raquel Monteiro, brasiliense, formada em design gráfico e empreendedora no ramo alimentício vegano, tem cursos na área de gastronomia vegana e trabalha com foco na junção do desenvolvimento de produtos com a comunicação visual, desenvolvendo produtos com propostas criativas.
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