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Beto Seabra

Eixão do Lazer chega aos 33 anos, correndo risco de acabar

Texto e fotos de Beto Seabra



Eixão do Jazz, que neste domingo não pode acontecer

Há 33 anos Brasília ganhou um presente. O Eixão deixou de ser apenas rodoviário e passou a ser também "do lazer". A mudança aconteceu em 1991, mas a ideia era antiga. Em 1989 o Diário Oficial do DF anunciava que, por decisão do Conselho de Arquitetura, Urbanismo e Meio Ambiente do Distrito Federal "o Eixo Rodoviário Norte e Sul, aos domingos, das 8h às 18h, se transformará numa imensa área de lazer e um amplo espaço para práticas esportivas".


A decisão atendeu solicitação feita pelo professor Hezir Espíndola, que em 1985 era diretor do antigo Departamento de Educação Física, Esportes e Recreação do DF (Defer). De lá para cá o Eixão do Lazer cresceu e deixou de ser apenas área para a prática esportiva e virou uma verdadeira praia para os brasilienses. Shows de música, gastronomia, eventos políticos, competições esportivas, brinquedos infantis e até festas de aniversários a céu aberto dividem os quase 15 quilômetros de extensão do Eixão.


Mas, neste domingo, 1º de setembro, a população foi surpreendida com uma operação do GDF que retirou os food trucks do Eixão e impediu que duas atividades musicais - o Choro no Eixo e o Eixão do Jazz - acontecessem. Em nota nas redes sociais, o coletivo Eixão do Jazz informou que "o governo do GDF proibiu qualquer atividade cultural e comercial no maior espaço aberto de lazer e cultura grauitas do DF e um dos maiores do Brasil".


A deputada federal Érika Kokay (PT) publicou um vídeo neste domingo criticando a ação. "Não calem as atividades de quem busca sobreviver", afirmou Kokay. Ela também criticou a "truculência do governo Ibaneis". No vídeo dela, músicos e ambulantes criticaram a ação. A deputada disse que o Eixão do Lazer foi um movimento que a própria população construiu e que o governo Ibaneis e Celina Leão quer calar.


O deputado distrital Fabio Felix (Psol) também criticou a ação do GDF. "O Eixão do Lazer se tornou um lugar maravilhoso de encontro dessa cidade. Todo mundo pensa no domingo em ir para o Eixão do Lazer e é um absurdo que a gente tenha esse nível de represssão gratuita. É um lugar onde a população consegue se encontrar e é um lugar onde a população consegue se encontrar, sem pagar ingresso, e ouvir uma música de qualidade, seja Chorinho, Jazz ou Samba, comer uma comida de rua. Isso é uma coisa normal em qualquer cidade do mundo", disse.


Leandro Grass pede diálogo


O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Leandro Grass, também postou um vídeo nas redes se posicionando sobre ação. Ele lembrou que o Eixão do Lazer é um espaço livre para a Cultura e propôs o diálogo para que Brasília não perca esse lugar. "É importante que Brasília seja uma cidade livre. Livre de qualquer forma de opressão", disse Grass.


O deputado distrital Gabriel Magno (PT) informou que está acionando, pela Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa, o GDF e os órgãos responsáveis pela ação truculenta deste domingo. "Esse governo demonstra, mais uma vez, que não aprecia a cultura e a alegria que fazem parte do nosso Eixão do Lazer", disse Magno.


Nas redes sociais, artistas e usuários do Eixão do Lazer estão se organizando para ocupar o Eixão do Lazer no dia 8 de setembro, na altura da 207 Norte, onde acontecem as apresentações musicais, como forma de protesto contra a operação deste domingo. E o movimento "Ocupa Eixão - contra a repressão!", soltou um abaixo-assinado na internet onde pede a mobilização em favor na manutenção das praças de alimentação, lazer e cultura no Eixão.



Artes circenses também ocupam o Eixão do Lazer


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Invité
02 sept.
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Ação arbitrária que irá beneficiar a quem? Sem falar que muitos trabalhadores sustentam suas famílias. Absurdo total.

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